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Reciclagem de resíduos sólidos no Amazonas ganha impulso com apoio do Floresta+ Amazônia

Movimento Saúde Ambiental foi criado há 27 anos

No meio da mata, um grupo de jovens de uma comunidade criou, em 1997, uma iniciativa pioneira na área de reciclagem de resíduos sólidos, que, 27 anos depois, vai ganhar mais fôlego a partir de uma parceria firmada com o Projeto Floresta+ Amazônia, no âmbito da Modalidade Comunidades. Agora, em 2024, o Movimento Saúde Ambiental (MSA) chega a um patamar mais elevado em suas atividades, com a construção de sua sede própria. Mais do que um sonho, a Associação de Moradores da Vila Céu do Mapiá concretiza uma ação que passa a mudar a realidade local no município de Pauini, no Amazonas. 

A nova sede será construída em uma área chamada Vila Reciclada, encravada na Floresta Nacional do Purus. Terá centro educativo, agrofloresta e espaço para a experimentação de práticas saudáveis, integrando, assim, o Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Vila. Na primeira etapa da obra, serão construídos o piso principal, com salão, cozinha e varandas, e o telhado. A nova sede vai dar apoio à gestão dos resíduos sólidos gerados dentro da Vila Céu do Mapiá.

A construção seguirá todas as regras de um modelo atual de sustentabilidade, utilizando técnicas de bioconstrução, com materiais e madeira fornecidos por meio do grupo de manejo florestal comunitário, sem falar do reaproveitamento de materiais – por exemplo, uma das paredes será feita com garrafas PET. Além dessa pegada mais sustentável, haverá a chance do reuso de água, com a captação da chuva, fossa biogestora e painéis fotovoltaicos para o uso de energia solar.

Para uma das idealizadoras do MSA, Rita Silveira, com a nova sede, o trabalho pioneiro será retomado e a destinação dos resíduos sólidos poderá ser novamente endereçada para outras organizações que atuam na área. “No início das atividades em 1997,  não havia ainda a noção de coleta seletiva e reciclagem de materiais recicláveis na região.  A gente faz esse trabalho há mais de 20 anos no voluntariado e sem espaço próprio. Agora, as atividades de oficinas de educação ambiental e a triagem do lixo limpo para reciclagem terão mais espaço e estrutura’’, ressaltou.

Nova sede do MSA será construída em parceria com o Floresta+ Amazônia

“Essa parceria com o Floresta+ Amazônia contribui para que a Associação possa oferecer um serviço de qualidade para os moradores, respeitando o meio ambiente, cuidando do lugar onde a gente mora, destinando os nossos resíduos para os lugares certos’’, reforçou Rita Silveira.

Professora na Escola do Céu, Cláudia Arruda, mora na Vila do Céu do Mapiá há mais de 40 anos, e é testemunha e participante dessa pequena revolução no meio da Amazônia. “Foi uma atividade muito importante aqui na nossa comunidade, nos ajudou muito na questão da reciclagem do lixo, do tratamento do lixo, foi um trabalho muito importante que está fazendo muita falta’’, disse orgulhosa. 

A professora se diz esperançosa com o futuro. “Estamos bastante satisfeitos desse retorno para que a gente possa encaminhar o nosso lixo de uma forma mais ecológica, sem precisar queimar, que é o que está acontecendo, porque não tem como armazenar”, enfatizou.

Atividades de coleta seletiva serão retormadas com a nova sede

HISTÓRIA – Lá em 1997, o MSA ainda não tinha esse nome. Era uma iniciativa que pretendia reduzir o lixo espalhado pela comunidade através da limpeza dos caminhos e igarapés, divulgação de materiais informativos (placas educativas) e passeatas de conscientização.

Em 2004, a partir do Plano de Desenvolvimento Comunitário (PDC), a ação ganhou força e passou a ser chamada de Movimento Saúde Ambiental. Foram criadas oficinas lúdicas para as crianças e os jovens da comunidade, além da  campanha “Lixo limpo vira leite em pó”, para incentivar a participação da população na coleta seletiva, com a adesão de 85% da comunidade. 

Por meio do edital da Modalidade Comunidades do Projeto Floresta+ Amazônia, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF), em parceria com a Associação de Moradores da Vila Céu do Mapiá e o Instituto de Desenvolvimento Ambiental Raimundo Irineu Serra (Idaris), está sendo construída a sede do Movimento. Com a sede, as atividades, temporariamente suspensas, serão retomadas com mais estrutura e espaço.

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