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Indígenas investem em capacitação e equipamentos para atividades de vigilância territorial e manejo sustentável com apoio do Floresta+
Com o apoio do Projeto Floresta+ Amazônia, a Associação do Povo Indígena Apurinã da Terra Indigena Itixi Mitari – APIATI e a Associação das Mulheres Indígenas Trabalhadoras da Terra Grande realizaram uma oficina sobre mecânica básica de motores de popa na Aldeia Santa Rita, na TI Itixi Mitari, no Amazonas. A iniciativa tem apoio da Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (Sapopema) e faz parte dos projetos apoiados pela Modalidade Comunidades. A formação aconteceu no final do mês agosto deste ano.
Os motores de popa são ideais para equipar veículos náuticos como lanchas, botes e barcos de pequeno porte. É um tipo de propulsor localizado na parte traseira das embarcações, a popa, por isso possui esse nome. A iniciativa surgiu em resposta às necessidades das comunidades locais, que enfrentam desafios diários no manejo sustentável dos recursos naturais, especialmente na manutenção de motores, fundamentais para atividades como vigilância, monitoramento e manejo do pirarucu.
A oficina reuniu participantes de várias aldeias, incluindo jovens, mulheres e adultos. A programação combinou teoria e prática, capacitando os indígenas a realizar revisões periódicas, manutenções e pequenos reparos nos motores. Os participantes também receberam kits básicos de ferramentas, adquirindo a habilidade e a confiança necessárias para solucionar problemas técnicos de maneira independente.
Para o jovem indígena Mateus Jacinto, o conhecimento adquirido durante a capacitação vai ser essencial para as atividades diárias na aldeia. “Nós, ainda, não tínhamos muita experiência, foi a primeira vez que tivemos contato com esse tipo de aprendizado. A gente aprendeu a desmontar e a montar o motor, a conhecer as peças, as ferramentas e os equipamentos. Primeiro foi a teoria, depois a prática. Foi um grande avanço para mim, uma experiência em que a gente saiu mecânico”, explicou.
“A oficina representou um passo importante para a sustentabilidade das aldeias, garantindo que suas atividades de manejo e transporte ocorram de forma eficiente e autônoma. Investir no conhecimento técnico dessas comunidades é essencial para a conservação”, ressaltou a assessora técnica da Sapopema, Neriane da Hora.
‘’Com o conhecimento adquirido, os indígenas agora podem manter seus motores funcionando sem depender de assistência externa, além de economizar ao realizar pequenos reparos localmente, evitando deslocamentos e custos adicionais nas cidades’’, completou Neriane.
A oficina aconteceu como parte do projeto “Desenvolvimento do Turismo Comunitário e Cadeias Produtivas da Sociobiodiversidade”, uma das 40 iniciativas locais apoiadas pela Modalidade Comunidades do Floresta+ Amazônia. Ao todo, estão sendo investidos mais de R$ 33 milhões em oito dos nove estados da Amazônia Legal.
O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com apoio do Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund – GCF). Até 2026, serão investidos 96 milhões de dólares nos estados amazônicos, por meio de ações e incentivos financeiros, com pagamentos por serviços ambientais e a execução de projetos que beneficiarão diretamente as comunidades locais.