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Floresta+ apresenta resultados de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) na COP-30 e se fortalece como política pública para a conservação da Amazônia

O Projeto Floresta+ Amazônia encerrou, na tarde da quinta-feira (20), o ciclo de painéis realizados com parceiros durante a COP-30, em Belém, destacando resultados, impactos e aprendizados acumulados ao longo de sua implementação. Os painéis aconteceram na Estação Amazônia Sempre, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e na AgriZone – Casa da Agricultura Sustentável, da Embrapa.
Em ambos os painéis, o assessor técnico da modalidade Conservação do Floresta+ Amazônia, Carlos Casteloni, apresentou resultados expressivos: R$ 24 milhões em PSA a agricultores e agricultoras nos estados da Amazônia Legal e quase 130 mil hectares de florestas conservadas em 2025. “O projeto tem gerado conhecimento e resultados concretos, ajudando agricultores a permanecerem na terra, produzindo com sustentabilidade e contribuindo diretamente para o combate ao desmatamento, além de gerar conhecimento e experiência sobre a temática do PSA, quando discute, por exemplo, conceitos como o ´custo de oportunidade da terra´, usado como referência para o cálculo dos pagamentos feitos, destacou Casteloni.
Além dos resultados diretos, o painel na AgriZone teve participação de gestores da Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento (SECD), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que apresentaram dados e outras ações para combate ao desmatamento. O coordenador-Geral de Controle do Desmatamento, Diego Costa Pereira, mostrou a série histórica com a queda do desmatamento na Amazônia e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). O coordenador-Geral, Bruno Siqueira Abe Saber, falou sobre o programa União com os Municípios (UcM), que descentraliza e apoia os municípios com suporte técnico e material para enfrentar o desmatamento diretamente no território.

A coordenadora-geral de Instrumentos Econômicos para o Controle do Desmatamento, Mariane Nardi, mediou as discussões e reforçou a importância da integração entre os programas, projetos e políticas e as oportunidades para as comunidades rurais. “Combater o desmatamento não é só comando e controle, mas também criar oportunidades”, afirmou Nardi, destacando a estratégia de PSA como peça fundamental no fortalecimento da conservação.
Os painéis também contaram com a participação de parceiros de órgãos ambientais e extensionistas dos Estados do Pará e Rondônia. A Diretora de Geotecnologia, da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Maximira Costa, destacou como a parceria com o Floresta+ tem fortalecido as ações de regularização ambiental em todo o Estado. O secretário municipal de Gestão do Meio Ambiente de Altamira (PA), Rafael Costa, lembrou que Altamira é um dos municípios beneficiados pelo UcM e que os equipamentos doados para estruturar o escritório local de combate ao desmatamento vão agregar nas ações ambientais no município.

em sua propriedade
Mudança de rumo – Um das participações mais marcantes foi o de Domingos Pinheiro, agricultor de Igarapé-Miri (PA). Ele relatou o impacto transformador do projeto em sua propriedade e em sua visão de futuro: “O Floresta+ chegou num momento em que a gente pensava em desistir, agora já estamos pensando em conseguir a certificação de orgânicos. Antes, talvez, ainda prevíamos desmatar para produzir, mas com o apoio do projeto e novas tecnologias, é possível produzir alimentos para o mundo todo sem derrubar a floresta”, refletiu.
O projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do Governo Federal, liderado pelo MMA, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), poio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF).