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Floresta+ apoia formação e organização em territórios na Terra Indígena Capoto Jarina no Mato Grosso

O território é um espaço ancestral, sagrado e de resistência para o bem-viver dos povos indígenas a partir dos seus modos de vida. Nesse sentido, o Floresta+ Amazônia está apoiando um projeto com foco na formação de coletivos indígenas para atuação organizada e efetiva em seus territórios na Terra Indígena Capoto Jarina (MT). A iniciativa faz parte da Modalidade Comunidades do Floresta+, no âmbito da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável (SNPCT) do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Instituto Raoni e Associação Indígena Kayapó.
A iniciativa apoiada se concentra no fortalecimento da gestão ambiental e territorial dos povos indígenas por meio da formação de coletivos, promovendo conservação, produção sustentável, proteção do território e segurança alimentar. Ainda as organizações parceiras locais atuam na proteção de mais de 2 milhões de hectares de terras indígenas e no desenvolvimento de soluções para vigilância territorial, produção sustentável e recuperação ambiental, respeitando os modos de vida e os saberes tradicionais.
Para o coordenador de Gestão e Proteção Territorial do Instituto Raoni, Roiti Metuktike, o Projeto Floresta+ Amazônia tem sido fundamental para fortalecer a juventude e proteger nosso território. “Por meio das formações de agentes ambientais e agroflorestais, estamos preparando os mais jovens para enfrentar ameaças como o garimpo, a extração ilegal de madeira e a pesca predatória”, explicou.
“Além disso, com o apoio do Floresta+, conseguimos valorizar a sabedoria das nossas anciãs guardiãs de sementes e criar um banco comunitário que ajuda na recuperação de áreas degradadas e na preservação da nossa cultura alimentar. Esse protagonismo indígena na gestão e execução dos projetos tem mostrado que, quando temos autonomia, conseguimos resultados concretos e duradouros para nossas comunidades”, completou Roiti Metuktike.

Fortalecimento da juventude e valorização dos saberes
“Nesta iniciativa, o Floresta+ Amazônia focou em formações voltadas principalmente para jovens indígenas, com o objetivo de apoiá-los para conhecer, proteger e gerir seus territórios diante de ameaças como garimpo, extração ilegal de madeira e pesca predatória. Além disso, o projeto promove a criação de agentes ambientais e agroflorestais e forma anciãs guardiãs de sementes, que transmitem seus conhecimentos tradicionais para as novas gerações. Os resultados têm sido muito positivos”, destacou Karen Krull, que faz parte da equipe técnica do Projeto Floresta+ Amazônia e acompanha a gestão técnico-financeira da iniciativa junto à comunidade. .
Outro destaque da atividade é o incentivo à coleta de sementes e à criação de um banco comunitário, fundamental para restaurar áreas degradadas e recuperar variedades alimentares tradicionais que estavam se perdendo. Com isso, o projeto contribui não só para a segurança alimentar, mas também para a manutenção da cultura e dos modos de vida das comunidades.

“Com o apoio do Floresta+ Amazônia em territórios tradicionais, como a Terra Indígena Capoto Jarina, reforça a prioridade do Governo Federal em construir políticas públicas que dialoguem diretamente com os povos indígenas e as comunidades tradicionais, respeitando seus modos de vida. A formação de coletivos de jovens, anciãs guardiãs de sementes e brigadistas mostra como o protagonismo indígena é central para a conservação ambiental, a segurança alimentar e a proteção territorial. Para nós, da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, este é um exemplo concreto de como unir saberes tradicionais e ações de gestão ambiental fortalecndo a autonomia das comunidades e garantindo resultados sustentáveis para o presente e para as futuras gerações”, ressaltou o analista ambietal da SNPCT do MMA, Lucas Grisolia.
Resultados – A comunidade identificou avanços importantes conquistados com o projeto, entre eles a capacitação dos brigadistas e articulação com instituições ambientais; a implantação de áreas-piloto com Sistemas Agroflorestais (SAFs), apoiando a recuperação de áreas degradadas; o aprimoramento da logística para coleta de sementes e proteção territorial; e o fortalecimento da segurança alimentar, com incentivo à diversificação produtiva. E, ainda está promovendo a valorização do protagonismo feminino nas ações de manejo, coleta e reprodução de sementes e a participação direta dos indígenas na execução e gestão financeira, garantindo maior autonomia e transparência nas decisões e maior impacto das ações.
Apesar dos avanços, foram identificados desafios a serem superados, como a baixa produção de cumaru este ano, a necessidade de mais capacitações voltadas às mulheres, a demanda por novas embarcações e o fortalecimento de viveiros para produção de mudas. Para o futuro a iniciativa ainda almeja direcionar mais ações de segurança alimentar, diversificação econômica e gestão ambiental, sempre respeitando os conhecimentos tradicionais e a autonomia dos povos indígenas.