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Floresta+ Amazônia reforça a identidade do Povo Tikuna em oficina de fortalecimento do turismo comunitário na TI Betânia, no Amazonas
Autonomia, sustentabilidade, identidade. Com base nesses conceitos-chave, o projeto “Tchirugüne: fortalecimento econômico-cultural e proteção territorial” vem realizando uma série de atividades na Terra Indígena Betânia com o povo Tikuna, no Amazonas. A iniciativa é implementada pelo Instituto N’gutapa e pela ACT-Brasil, com o apoio do Floresta+ Amazônia, por meio da Modalidade Comunidades. Entre as ações estão o fortalecimento do território, fomento do turismo local e trocas de experiências entre os indígenas.
O turismo de base comunitária, em especial as atividades relacionadas ao artesanato e à produção de farinha, tem sido o principal foco do projeto, na qual os/a indígenas vêm discutindo de forma participativa e coletiva as estratégias para o futuro do projeto. A prioridade das ações giram em torno da sustentabilidade do seu território, bem como fortalecer a autonomia da etnia.
O projeto terá duração de dois anos e tem como objetivo a reforma das estruturas do complexo turístico da TI Betânia. Ainda estão previstas a realização de oficinas, capacitações e formações que vão reforçar o monitoramento e vigilância territorial ambiental feitos pela própria comunidade.
Para o cacique Jorge Tikuna, a participação dos indígenas como protagonistas de seu território é primordial. “Vou estar aqui para apoiar. Onde a equipe parceira não puder, os trabalhadores vão chegar para ajudar”, reforçou a liderança indígena.
Já a analista de campo da ACT-Brasil Roberta Anffe entende que o protagonismo do povo indígena é o que dá ao projeto turístico um olhar mais próximo da realidade local. “A gente vai fazer um projeto Tikuna, com a cara do povo Tikuna e do jeito Tikuna”, ressaltou.
A jovem Tchaeyna Tikuna, de 17 anos, está entusiasmada com a chegada da iniciativa com apoio do Floresta+ Amazônia. “O projeto chegou em boa hora. A oficina de turismo de base comunitária foi muito importante para nós, jovens. Aprendemos muita coisa e, no futuro, vai nos ajudar a nos tornarmos lideranças. É forma da gente se envolver mais com a nossa comunidade e gerar renda, de alguma maneira, para os jovens indígenas do território por meio do turismo local”, falou empolgada.
Cerca de 5.400 pessoas vivem nos 123 mil hectares da TI Betânia, uma das mais populosas da região do Alto Solimões, abrangendo o território de quatro municípios: Santo Antônio do Içá, Amaturá, Jataí e Tonantins. A Funai homologou a TI em 1995.
Sobre o Projeto Floresta+ Amazônia – É uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com o apoio do Fundo Verde para o Clima (GCF). Até 2026, o Projeto Floresta+ Amazônia vai investir 96 milhões de dólares nos estados amazônicos, por meio de ações e incentivos financeiros, com pagamentos por serviços ambientais e a execução de projetos que beneficiarão diretamente as comunidades locais.