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Floresta+ Amazônia fortalece iniciativas de conservação em território do povo Apurinã

 

Modalidade Comunidades apoia a recuperação de áreas degradadas, o manejo e a ampliação dos sistemas agroflorestais na Terra Indígena Caititu  

Comunidade discutindo ações sobre o projeto

Localizada próxima à área urbana de Lábrea, no sul do Amazonas, a Terra Indígena (TI) Caititu, lar do povo Apurinã, enfrenta questões sérias devido aos altos índices de desmatamento por invasores, como madeireiros e grileiros. Além de impactar diretamente a biodiversidade local e os modos de vida, coloca em risco a própria sobrevivência das famílias indígenas, com a escassez de caças e peixes.  

Ao longo dos anos, os indígenas Apurinã têm liderado esforços para restaurar áreas degradadas e promover a inclusão social e produtiva de mais de 30 famílias ligadas à Associação dos Produtores Agroextrativistas da Comunidade Indígena Novo Paraíso (APANCIP). No final de 2023, a Associação colocou no papel um sonho antigo, que era promover a proteção territorial e ambiental, e também desenvolver cadeias produtivas locais.  

A concretização desse sonho veio quando o projeto “Recuperação de áreas degradadas da Aldeia Novo Paraíso para manejo e ampliação dos sistemas agroflorestais”, elaborado e inscrito pela comunidade, foi aprovado em um edital do Projeto Floresta+ Amazônia, por meio da Modalidade Comunidades, com investimento de R$ 230 mil para a comunidade. A iniciativa vai promover ações sustentáveis no território e será realizada em parceria com a organização Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé). 

Seu Marcelino Apurinã no meio da floresta

Na primeira etapa do projeto, foram entregues à comunidade ferramentas e equipamentos essenciais para a manutenção e a expansão dos sistemas agroflorestais, além da restauração de oito hectares de áreas degradadas. “Os recursos do Floresta+ chegaram em boa hora. Vai nos apoiar bastante, principalmente com ações de reflorestamento, com apoio da Ecoporé. Já recebemos os equipamentos e estamos prontos para trabalhar. Esse nosso trabalho vai manter a nossa floresta em pé e contribuir na diminuição da temperatura do planeta”, falou empolgado a liderança indígena, Marcelino Apurinã. 

O projeto também prevê a aquisição de motocicletas e a construção de aviários, além do fornecimento de adubos e sementes, e a disponibilização de horas/máquina para preparação de área para plantio, entre outras ações. As ações incluem atividades formativas sobre temas de interesse para a comunidade, como a importância dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) para a segurança alimentar, o acesso a políticas públicas para aquisição de alimentos e vigilância territorial. Ainda está prevista a realização de etnomapeamento, a coleta e o armazenamento de sementes e a recuperação de oito hectares de área degradada. 

Beneficiários/as recebendo os materiais na comunidade

Com o apoio do Floresta+ Amazônia, a comunidade terá a sua autonomia e capacidade de ação na recomposição florestal fortalecida, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento sustentável e a preservação da biodiversidade na região. “Para além dos ganhos ambientais, que vão beneficiar a todos, o projeto vem promovendo ainda a união da comunidade por meio do trabalho coletivo, onde mulheres, homens – jovens e anciões – trocam experiências e vivências tornando o ‘trabalho’ mais leve, prazeroso e participativo”, reforçou a presidente da Ecoporé, Sheila Noele. 

De acordo com a assessora técnica do Floresta+ Amazônia, Mariana Machado, o projeto “Recuperação de áreas degradadas da Aldeia Novo Paraíso para manejo e ampliação dos sistemas agroflorestais” é uma das 40 iniciativas selecionadas nos Ciclos 1 e 2 pela Modalidade Comunidades. “Ao todo, serão investidos R$ 33 milhões em projetos locais, elaborados de maneira participativa, para o fortalecimento da gestão e da proteção ambiental nos territórios coletivos voltados as populações indígenas e povos tradicionais de oito estados da Amazônia Legal”, explicou Mariana.  

O Projeto Floresta +Amazônia é realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com o apoio do Fundo Verde para o Clima (GCF). Até 2026, serão investidos US$ 96 milhões nos territórios amazônicos apoiando quem protege e conserva a floresta. 

Foto de capa: Adriano Gambarini

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