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Evento gera ideias de negócios sustentáveis para a conservação da Amazonia 

Cerca de 50 pessoas da região de Santarém participaram do evento de Ideação promovido pelo Projeto Floresta+ Amazônia, uma parceria do Ministério do Meio Ambienta e Mudança do Clima com o PNUD 

Já pensou numa marota de debates, novas ideias, soluções e propostas de negócios voltados para a conservação da Amazônia? Foi isso que fizerem cerca de 50 participantes de diferentes lugares da região de Santarém, entre os dias 03 a 05 deste mês na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A iniciativa faz parte do Programa de Ideação, organizado pelo Projeto Floresta+ Amazônia, uma parceria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF). 

“O Programa de Ideação permite transformar conhecimento em empreendedorismo por meio da geração de soluções inovadoras que busquem substituir a economia do desmatamento por uma nova economia verde. É um treinamento imersivo que busca desenvolver habilidades-chave para o mercado de trabalho, como a resolução de problemas, trabalho em equipe, e comunicação. O evento é uma porta de entrada para as pessoas inovarem e tirarem  ideias do papel. Durante as 20 horas de imersão, as equipes recebem mentorias de especialistas e profissionais de diversas áreas que os auxiliam no desenvolvimento do projeto.” explicou a assessora técnica do Projeto pelo PNUD, Fernanda Coelho.  

Os bootcamps permitem trabalhar a inovação a partir das ideias e desafios relacionados a temáticas de conservação, recuperação e ao uso sustentável da vegetação nativa na Amazônia. Além de aprenderem a metodologia de desenho de soluções e modelagem de negócios, os/as participantes também terão acesso à mentoria de profissionais com vivência de mercado de trabalho.  

Logo no primeiro dia, as pessoas formaram seis times para resolverem o desafio relacionado a geração de negócios capazes de promover agregação de valor de forma sustentável a partir da conservação e da recuperação de florestas na Amazônia Legal. Para identificar cada grupo, os/as participantes escolheram nomes bem peculiares e característicos da região: Aynã, Amazonizar-se, Mangará, Caxiri 7, Aruanas e Anhaúba.  

Segundo o analista ambiental do MMA, Antonio Sanches, o Programa de Ideação, além de contribuir com soluções para a conservação e recuperação da floresta, procura despertar a cultura empreendedora com o intuito de melhorar a renda e a qualidade de vida de quem vive na Amazônia. “Trabalhamos para que boas ideias de negócios sejam geradas, claro, mas, no longo prazo, é esse despertar que pode trazer impacto do que qualquer negócio individualmente”, ressaltou.  

“O evento foi como um laboratório, com outros jovens cheios de ideias e talentos, pensando em negócios estratégicos e locais para a conservação das florestas. Vimos como uma ideia, construída de forma coletiva, pode impactar a minha comunidade, seu entorno e nossa região, e, no futuro, trazer sustentabilidade e geração de renda’’, falou empolgada a jovem Clara Ferreira da Associação de Moradores de Maracanã, de Santarém. 

O time do jovem indígena Elvis Borari, da comunidade de Alter do Chão (Santarém), trouxe como ideia de negócio a comercialização de sementes nativas para recuperação florestal causada pela exploração imobiliária na localidade. “A partir da nossa proposta de negócio, surge uma esperança de resgatar e reflorestar nosso território como era antigamente desde a nossa ancestralidade, tão importante e sagrado para o nosso povo. A concretização da iniciativa deixará uma semente e legado para as futuras gerações da nossa etnia’’, enfatizou Elvis.  

Entre as ideias de negócios pensadas pelos e pelas participantes estão a produção e comercialização de sementes nativas para recuperação florestal, aproveitamento de resíduos da macaxeira para biofertilizantes e soluções de consultoria e assistência técnica para as comunidades tradicionais. Ainda foram propostos como negócios a elaboração de aplicativo para venda de produtos da região oriundos da agricultura familiar, reaproveitamento da madeira da árvore Itaúba atrelada ao trabalho de reflorestamento e fomento ao turismo de base comunitária em territórios ribeirinhos.  

Ao final, os/as participantes  apresentaram soluções para uma banca de especialistas. Ao todo, surgiram seis ideias de negócios, como Amazonar-se, TensÓrbio, Aruanas, Caxiri 7,Pira Yibi e Aynã. Os três times vencedores foram premiados com sessões de consultorias e mentorias virtuais personalizadas de forma gratuita. 

SOBRE O PROJETO – O Projeto Floresta+ Amazônia remunera quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa, com o foco na estratégia de pagamentos por serviços ambientais e de apoio a projetos locais definidos pelas comunidades e elaborado junto aos seus parceiros. Até 2026, a iniciativa reconhecerá o trabalho de pequenos produtores rurais e agricultores, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais, assim como fortalecerá a estratégia nacional de REDD+ e o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, com recursos do GCF. O Ideação faz parte do Projeto e é realizado em parceria com a empresa de Inovação, Ciência, Tecnologia e Negócios (Wylinka) e o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).  

Fotos: Fernando Siqueira  

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