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No último sábado (13), a Praça de Alimentação do Shopping Serra Dourada, em Altamira (PA), foi palco de um encontro que celebrou cultura, empreendedorismo comunitário e valorização da biodiversidade amazônica. A feira de exposição marcou o encerramento das atividades do Programa de Originação do Projeto Floresta+ Amazônia, reunindo produtos e serviços desenvolvidos por oito empreendimentos apoiados pelo programa, além de outros expositores convidados.

A iniciativa faz parte da Modalidade Inovação do Floresta+, no âmbitdo da da Secretaria Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), tendo a empresa NeoVentures como executora com a parceria da Incubadora Xingu. Durante o evento, o público conheceu e adquiriu produtos da sociobiodiversidade amazônica, participoude de oficina de marketing para vendas e assistiu desfiles de moda indígena (roupas e acessórios), além da trocar experiências sobre saberes e sobores locais.

O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacinal do governo brasileiro, liderado pelo MMA, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF).

Resultados e impactos  

Ao todo, oito empreendimentos participara do ciclo do Programa de Originação: Bolhas da Amazônia, Xipaia, OrgVida, Cultura Digital e Artesanato, Cooperativa Agroindustrial dos Agricultores e Agricultoras de Brasil Novo e Medicilância (Coopaabam), Mel Pará, Cooperativa Mista Comunitária de Hortaliças de Altamira (Coophorta), Xipaia e Nasüsü. Entre as frentes de negócios envolvidos estão, respectivamente: produção de sabonetes naturais; adubos e plantas; artesenato e moda indígena; beneficiamento do cacau; meliponicultura, alimentos orgânicos da agricultura familiar; massas e bolos artesanais; e óleos naturais. Além de contribuírem e manterem a Amazônia em pé, todos extraem da biodiversidade da floresta, de forma sustentável, a matéria prima para fabricação dos produtos.

Ao longo de seis meses, o Programa de Originação ofereceu mentorias, capacitações e encontros que fortaleceram pequenos negócios da região, ampliando oportunidades de mercado e promovendo soluções sustentáveis a partir da floresta em pé. Na avaliação do assessor técnico do Projeto Floresta+ Amazônia pelo PNUD, Giuliano Guimarães, o momento representou uma conquista coletiva. “O evento marcou não só o encerramento de uma trilha de fortalecimento desses empreendimentos, mas também o início de uma jornada de empreendedorismo baseada na transformação da biodiversidade e dos saberes tradicionais da Amazônia em soluções sustentáveis, gerando impacto social, econômico e ambiental positivo”, ressaltou.

A diretora do Departamento de Políticas de Estímulo à Bioeconomia do MMA, Bruna De Vita, destacou a relevância da iniciativa. “São negócios muito promissores que, com certeza, melhoraram seus processos e seu acesso aos mercados durante a imersão no Programa Originação. A feira foi uma oportunidade de confirmar os bons resultados dos trabalhos e mostrar à sociedade o valor dos empreendimentos da região”, enfatizou De Vita.

Empreendedorismo que vem da floresta

Os empreendedores apoiados pelo programa também compartilharam suas experiências. Para Maria Alacide, indígena do povo Xipaia e criadora da Xipaia Massas Artesanais, a participação foi decisiva. “Para mim foi muito importante receber o apoio do Projeto Floresta+ Amazônia porque tudo o que eu aprendi abriu meu horizonte. Eu não sabia ao certo o caminho que eu queria seguir, como fazer, e hoje eu tenho a certeza do que eu quero para mim. Foi uma porta que se abriu para eu poder montar o meu sonho. A Floresta e toda a riqueza, que muita gente não conhece, está na minha marca e nos meus produtos. Minha matéria-prima é a Amazônia e fiquei muito feliz em poder receber, através do Programa Originação, uma marca que traduz exatamente o espírito do meu trabalho”, contou emocionada. A Xipaia Massas Artesanais produz bolos e pães artesanais a partir de matéria-prima da floresta como castanha, babaçu e açaí.

Já Gildete Dias, fundadora da Bolhas da Amazônia, ressaltou a transformação vivida. “Foi uma virada de chave ter sido selecionada para participar do Programa Originação. Foram quase seis meses em que eu tive a oportunidade de viver mentorias, participar de treinamentos e encontros semanais onde eu aprendi muitas coisas e aprimorei ainda mais meus produtos. E ainda ganhei toda a identidade visual do meu negócio, um presente maravilhoso. Estou preparada para os próximos passos, que inclui o registro do meu CNPJ para poder expandir a comercialização. Tenho muita gratidão por todo o aprendizado e pelo que tive a chance de receber”, destacou a empreendedora. A Bolhas da Amazônia produz sabonetes naturais com matéria prima extraída da Floresta dentro dos princípios da sociobiodiversidade. 

Além da estrutura, mentoria e capacitações ofertados pelo Programa de Orginação, os negócios Xipaia e Bolhas da Amazônia receberam o apoio do Projeto Floresta+ Amazônia com a identidade visual, construção da marca e elaboração de logotipo dos negócios. As empreendedoras participaram de momentos coletivos com as equipes da Assessoria de Comunicação (Ascom) do Projeto Floresta+ e da NeoVentures para discutirem sobre a apresentação e representação visual dos empreendimentos, como cores, elementos, mensagens-chave, fonte de letra e formatos.

Parceria estratégica 

Para a líder de projetos da empresa NeoVentures, Daniele Leite, ser parceira do Floresta+ na execução do Programa Originação reforça o compromisso da empresa com a bioeconomia da Amazônia. “Participar desta iniciativa foi motivo de orgulho para a NeoVentures. Apoiar o Floresta+ significa contribuir para a economia da floresta em pé e para a valorização de empreendimentos locais que mantém a floresta em pé, preservam tradições e, ao mesmo tempo, geram inovação e desenvolvimento sustentável na região”, destacou Daniele.  

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