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Agricultores do Acre são remunerados por conservarem a floresta amazônica

Vista aérea da comunidade Croa, no município de Cruzeiro do Sul – Acre

“Antes eram só promessas e agora fomos vistos e beneficiados”, conta a produtora rural Jurgleice de Oliveira, sobre o benefício que recebeu por cuidar e conservar a vegetação nativa na  propriedade rural onde trabalha e mora com a família, na comunidade Croa, no município de Cruzeiro do Sul. A produtora é uma das 40 pessoas do Acre selecionadas para receber um valor por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). 

O benefício é um mecanismo financeiro que remunera agricultores familiares pelo Projeto Floresta+ Amazônia, em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Acre (Sema).  O valor é definido por hectare vegetação nativa excedente ao mínimo exigido de reserva legal e área de preservação permanente– forma de conservar o meio ambiente -, sendo o mínimo de um hectare de vegetação nativa, que é equivalente a R$ 400 reais por hectare. 

O Projeto Floresta+ Amazônia reconhece o papel de agricultores familiares na manutenção dos serviços ambientais e conservação da floresta. Os incentivos financeiros do PSA vêm sendo pagos por meio da Modalidade Conservação para quem conserva áreas de vegetação nativa que excedam os requisitos legais em seu imóvel rural na Amazônia Legal.  

Para Jurgleice, a conservação está também ligada a sua religião

Jurgleice conta também que o valor recebido vai ajudá-la a seguir em frente e, com a família, na conservação e nos cuidados em sua área rural. “A gente já vive há muitos anos preservando essa mata, falar na natureza me emociona. Trabalhamos com artesanato e produtos que vêm da floresta. Aqui, a gente não desmata, temos plantação de açaí e de chacrona, usada para fazer o chá da nossa religião, o Santo Daime. Gosto de viver na natureza, nasci na mata, preservar e conservar o meio ambiente é manter a nossa floresta em pé”, acrescenta a produtora rural. 

Seu Francinildo de Oliveira é líder comunitário e multiplicador do projeto na comunidade

O agricultor familiar Francinildo de Oliveira é presidente da Associação Adabe Croa e da Associação Vitória Régia do Croa. De acordo com ele, o benefício ajuda a potencializar o turismo de base comunitária, além de desenvolver sonhos e apoiar projetos de ribeirinhos que moram no local. “Estamos sem palavras, agora, é possível trazer mais benefícios para a nossa comunidade com os recursos vindo da conservação. Aqui, somos assentados no PDS [Projeto de Desenvolvimento Sustentável], então, eles têm que usar o extrativismo, preservar a natureza, que é o que a gente mais preza’’, fala orgulhoso.  

Possuir o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um dos critérios para acessar o PSA, por meio do Projeto Floresta+ Amazônia. No estado, já foram inscritos mais de 48 mil cadastros no CAR, incluindo os perimetrais, de assentamentos diferenciados e territórios de povos e comunidades tradicionais. O Acre é um dos estados da Amazônia Legal que tem somado esforços para a regularização ambiental.  

‘’Temos realizado mutirões nos municípios para apoiar os produtores para recadastrar e validar o CAR. As ações conjuntas são realizados em parceria com diversos órgãos  e com o Projeto Floresta+ Amazônia’’, explicou a secretária da Sema, Julie Messias. 

(Fonte: Agência Notícias do Acre / Fotos: Acervo Sema) 

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